Essa pressão  aplica-se em especial a Saleh Ali Assi, que está na lista de sanções desde 2019 e é acusado pelo Office of Foreign Assets Control (OFAC) do Department of Treasury (DoT) de participar em operações de "branqueamento de capitais" e num sistema de "evasão fiscal" em benefício do movimento Shī'atu 'alī (Shī'ah) libanês.

Saleh Ali Assi, também com nacionalidade francesa, lidera um lucrativo negócio de moagem que lhe valeu a alcunha de "rei do pão" em Kinshasa.

A Cellule Nationale des Renseignements Financiers (CENAREF) da República Democrática do Congo (RDC), dirigida pelo juiz Adler Kisula Betika, assumiu o caso e terá

solicitado aos bancos relatórios sobre as contas de Saleh Ali Assi e sobre as empresas suspeitas de lhe estarem ligadas, entre as quais estão a Kinshasa Food, a Minacargo, a Inalca, a Grand Moulin de Kinshasa e a Marine Empreinte.

Saleh Ali Assi é suspeito de ter criado empresas, controladas por aliados ou empresas de fachada, para contornar sanções e negóciar na RDC.

Desde o regresso de Trump, os EUA têm dado prioridade à luta contra o Hezbollah e os seus representantes no continente.

No caso de Saleh Ali Assi, que nega as acusações feitas contra si, o conflito contra o Hezbollah tem-se, no entanto, deparado com as dificuldades de acompanhar e desvendar os veículos financeiros da organização.

A esta falta de transparência acrescem os poderosos contactos que Saleh Ali Assi tem no Governo, tendo até como  convidado para o casamento da filha do Presidente congolês, realizado com grande pompa na African Union City, em Kinshasa.

Os EUA solicitaram às autoridades francesas que detivessem Assi Saleh Ali que passa boa parte do tempo em Paris, onde reside parte de sua família, e onde possui imóveis, incluindo um luxuoso apartamento na no 7º Arrondissement da Avenue Bosquet mas sem efeito.

A sua empresa imobiliária era originalmente gerida pelo líbio, Saeb Kansou, outrora chief executive officer (CEO) da Minocongo e há muito parceiro de negócios de Saleh Ali Assi, em Kinshasa.

Saeb Kansou, usando circuitos offshore, sobretudo nas Cayman Islands, detém uma procuração de Saleh Ali Assi e figura ao lado de alguns dos filhos deste em empresas de Kinshasa e na imobiliária de Paris.